Cheiro de terra molhada

Por: Gustavo Pestana

O céu começa a ficar cinza e Eduardo já começa a pensar como serão aqueles próximos minutos. Uma brisa fria começa a soprar.
São 15:55 da tarde do dia 11 de Outubro de domingo de 2003, ele completa 14 anos.
As gotas começam a deslizar do céu em direção a terra.
Em segundos poucas gotas d´água se transformam numa chuva a qual anuncia que o verão está por vir. A chuva encharca a terra, tornando-a molhada. O cheiro da terra molhada inunda as narinas de Du.
Seus pés estão em contato com as poças d´águas, seus olhos tem dificuldade de ver a jaqueira e sua casa que estão um pouco distante dele. Então ele corre e salta sobre cada poça d´água.
Tenta chutar e pegar a chuva, abre os braços e olha pro céu e a chuva lhe banha, lhe lava, lhe molha, lhe inunda com uma sensação semelhante a de uma massagem na cabeça.
Ao chegar em casa seus pais perguntam por que ele demorou tanto na chuva, e lhe dizem que ele deveria usar um guarda-chuva na próxima vez.

Ele tenta explicar o motivo,
mas as experiências vividas não cabem nas palavras, são indizíveis.





Você consegue sentir o cheiro?






Pois eu sinto o cheiro da Chuva!







Fui...