Apenas TOCO um instrumento ou SOU um instrumento?

domingo, 26 de fevereiro de 2012

E aii galera indizível!! =)

Hoje a mensagem vai um pouco mais especificamente para os músicos. Mas abrange toda a igreja de Cristo como um todo.

Vou compartilhar com vocês um texto de Tânia Maria Kammer que é Presidente da Associação dos Músicos Batistas do Brasil (AMBB). Esse texto falou muito ao meu coração e espero que fale ao seu. Fiz umas citações dele no texto anterior, mas acho válido compartilhar o texto por completo. Afinal, o que entendemos por adoração?




É impressionante como cresce, entre os evangélicos, o discurso de que somos uma geração e adoradores, uma geração que vive para adorar. A cada dia mais cresce o repertório de cânticos que dizem que a melhor coisa do mundo é estar na presença de Deus, que o desejo do coração de cada um é viver em perfeita comunhão e adoração. E isto é maravilhoso, pois o principal mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas – de todo o coração, de toda a alma, de todo o entendimento.

Entretanto, e sem querer escandalizar ninguém, creio que existe um descompasso entre o discurso e a prática. Outro dia alguém me disse que ouviu uma mensagem onde o pregador dizia que o diabo armou uma cilada para a igreja atual: fazer os crentes ficarem trancados dentro de suas igrejas cantando, cantando, cantando e se esquecendo do “Ide de Jesus”. Será isto verdade? Será que estamos gastando tempo demais ensaiando e deixando de lado as almas perdidas que caminham a passos largos para o inferno? Ou será que estamos nos distraindo com os louvores e nos esquecendo da batalha? Existem várias possibilidades, mas creio que vivemos em tempos parecidos com o do profeta Amós. O povo gostava de ir aos santuários em Betel e Gilgal, todos gostavam de entregar sacrifícios, dízimos... ou seja, gostavam da festa, mas suas vidas não eram compatíveis com a adoração. Eles viviam em pecado, oprimiam e escravizavam os devedores, perseguiam e humilhavam os pobres, participavam de orgias e bebedeiras. No entanto, iam ao santuário para adorar e cantar. É neste contexto que Deus falou através do profeta: “Parem com o barulho de suas canções religiosas; não quero mais ouvir a música de harpas” (Am 5.23 – BLH).

Repito: existe um descompasso entre o nosso discurso e a prática.

Philip Yancey, citando David Aikman, diz em seu livro: “Para que serve Deus”, que quando o cristianismo consegue atingir 10% de um povo, a sociedade inteira pode atingir o ponto de uma virada cultural. Mas não é isso que estamos vendo no Brasil.

A cada ano as estatísticas mostram o crescimento da Igreja brasileira, mas não vemos isso refletir em mudança de valores na sociedade. Porém, vemos tanta gente indo a cultos, tanta gente nas celebrações, em congressos...

O que acontece é que se perdeu a visão da verdadeira adoração. Adorar não é cantar, cantar, cantar, levantar as mãos, dançar, viver momentos de euforia emocional. Adorar não é simplesmente proferir palavras com algum conteúdo bíblico e recheadas de pensamentos positivos.

Talvez não exista outro texto bíblico mais didático sobre a adoração do que Isaías capítulo 6. E muito já foi escrito sobre isso, mas apesar disso, quero retomar o tema. No ano da morte do rei, Isaías entrou no templo e viu o Senhor assentado em um alto e sublime trono. A primeira questão que faço é: será que Isaías nunca tinha entrado no templo antes? E se já havia entrado, será que nunca tinha visto o Senhor? Sejam lá quais forem as respostas, aquele dia foi especial. Aquele dia foi completo, porque ele abriu seu coração e entendimento para a adoração, pois diante daquela visão da santidade de Deus, sua reação foi reconhecer-se pecador.

Nos nossos cultos temos tido muito poucas oportunidades de reconhecermo-nos como pecadores. Temos falado da santidade de Deus, cantado a santidade de Deus, mas não temos percebido esta santidade de fato, pois se entendêssemos toda a dimensão da santidade divina, não poderíamos ter outra reação que não fosse: “Ai de mim, que sou pecador”. Foi a partir daquele momento, quando Isaías reconheceu-se pecador e que o Senhor o perdoara é que começa a adoração. Foi naquela hora que o Senhor encontrou espaço para falar na vida do Seu servo. E o que é que Ele falou? “Quem é que eu vou enviar? Quem será o nosso mensageiro?” (v. 8).

A resposta de Isaías todos nós conhecemos: “Eis-me aqui, envia-me a mim”.

A mesma sequência encontramos no texto de João capítulo 4, na conversa de Jesus com a mulher samaritana e em vários outros textos. A conseqüência natural de estar na presença de Deus é sair para servi-Lo. Não existe adoração sem compromisso.

Não existe adoração sem missões. Por outro lado, não existe missões sem adoração, pois a obra de Deus não cresce sem o auxílio do Senhor (“...sem mim nada podeis fazer” - Jo 15.5).

É na presença do Senhor que somos desafiados a ir e anunciar o Evangelho. É na presença do Senhor onde reconhecemos que sem Ele não somos nada, e que sem Ele nada faremos. É na presença do Senhor que as estratégias surgem e é na presença do Senhor, em adoração, que finalmente entendemos: adoração e missões – tudo a ver.

Que não venhamos ser apenas tocadores ou cantores...Mas que possamos ser instrumentos vivos na mão de Deus. Adorar é apregoar as boas novas de PAZ do Senhor Jesus à humanidade ao nosso redor.

Sejam cheios de Deus! ^^


Jirleide Nonato! ♫

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