O falar

Desde criança sempre tive a opinião de que o segredo de tudo está no modo como se fala. Há muita diferença entre quando ordenamos algo e quando pedimos algo. Há muita diferença entre o grito e a doçura na voz, uma expressão imperativa e uma expressão que demonstra a importância de algo. E há muita diferença na resposta que se obtém de quem recebe a mensagem.

A depender da maneira como se fala, sentimos vontade de atender à solicitação, às vezes tão somente pela brandura e atenção com que fomos tratados. A depender da maneira como se fala, não obedecemos, só de raiva. “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.” (Provérbios 15.1)

A repreensão é algo necessário, afinal é difícil percebermos quando nós mesmos estamos fazendo algo errado. No entanto, ela deve ser feita com amor.

“Não repreendas asperamente os anciãos, mas admoesta-os como a pais; aos moços como a irmãos; As mulheres idosas, como a mães, às moças, como a irmãs, em toda a pureza.
Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas.” (1 Timóteo 5:1-3)

Paulo falou muito bem ao afirmar que o cumprimento da lei é o amor (Romanos 13:10). Na prática, sabemos muito pouco sobre o amor, ou pouco agimos com amor. E é por isso que se julga tão difícil ser cristão.

Quando advertimos sem amor, entendemos que nós temos a razão, e por isso deve ser feito o que estamos ordenando, não importa o jeito como se fala, importa a intenção. Quando advertimos com amor, lembramos que existe alguém que possui problemas diversos, além do que você precisa tratar. Quando advertimos com amor a repreensão tem um gosto de cuidado.

Quando aprendermos a amar a Deus acima de todas as coisas, aprenderemos sobre o amor. Quando nós aprendermos que o amor só é amor quando não é egoísta, quando aprendermos a amar o nosso próximo como a nós mesmos, quando desejarmos ao outro aquilo que desejamos para nós mesmos, quando tratarmos os outros como gostaríamos de sermos tratados, seremos aquilo que o Senhor espera de nós.