A restrita fé de Marta

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

 
Lendo João 11, uma situação me deixou intrigada. A passagem fala da morte de Lázaro, irmão de Marta e Maria, muito amigo de Jesus. Jesus estava em outra cidade quando foi avisado de que Lázaro estava muito doente. No entanto, o Cristo não foi de imediato socorrer o amigo, pois sabia que havia um propósito muito grande na morte dele. E no tempo determinado, Jesus foi até a família que lamentava a morte do irmão.
“Ouvindo, pois, Marta que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro; Maria, porém, ficou assentada em casa. Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas também agora sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá.” (João 11:20-22)
Ao que parece, Marta esperava um milagre da parte de Jesus. Até então, o que parece é que Marta acreditava que Jesus poderia fazer com que seu irmão voltasse à vida. Mas os versículos que seguem mostram que Marta, apesar de crer verdadeiramente em Cristo como sendo o filho de Deus, não esperava que fosse possível seu irmão voltar a viver.
“Disse-lhe Jesus: Teu irmão há de ressuscitar. Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia. Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto? Disse-lhe ela: Sim, Senhor, creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo.” (João 11:23-27)
Há situações em nossa vida que nos fazem como Marta. Não deixamos de crer em Deus, não deixamos de crer em Jesus Cristo, mas também achamos que certas coisas são impossíveis e, o que nos resta é aceitarmos algumas coisas. Para os judeus, o espírito permanece na pessoa até o terceiro dia, mas no quarto, já houve a separação, e, portanto, solidifica-se o fim. Essa era a situação em que Lázaro se encontrava. Quatro dias de morto. Nada mais poderia ser feito.
Quando Jesus ordenou que retirassem a pedra que fechava o sepulcro, Marta não se encheu de esperança. Marta foi racional.  “Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do defunto, disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias. Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?” (João 11:39-40)
Marta foi racional, como eu e você costumamos ser. “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes.” (1 Coríntios 1:27) Jesus deu uma bronca em Marta. “Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?” Como o meu nome é Marta, as histórias de Marta sempre me marcaram, e não foram poucas a vezes que essa bronca veio para mim também.
Por que será então que Marta disse no versículo 22 “Mas também agora sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá.”? Talvez, apenas que a alma do seu irmão estivesse ao lado de Deus. Somos tão limitados, inclusive na nossa fé. Apesar de possuirmos intimidade com o Senhor, muitas vezes esperamos menos do que ele pode nos oferecer.
Quando eu leio a passagem, e imagino a cena, não visualizo um rosto manso dizendo: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus? Eu visualizo o rosto de alguém que estava sofrendo, de alguém que estava chorando, de alguém que sabia que poderia mudar a situação, e ao ouvir o desânimo de alguém que ele já tinha dito que operaria o milagre, se vira bruscamente, e com tom de indignação diz: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?
E acredito que o Senhor diz a mesma coisa pra gente constantemente. Cremos que Ele é o Filho de Deus, mas a nossa fé é tão pequena que pensamos que certas coisas são difíceis demais de serem realizadas. Não duvidamos de que Ele tem Todo o Poder. Mas na prática, entramos em contradição. Será que é preciso que o Senhor te dê uma bronca para que você acredite no que Ele já disse que irá fazer? Será que é preciso que o Senhor te dê uma bronca para que Ele tenha a liberdade de operar um milagre em sua vida? Ouça o Senhor te dizer: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?
Creia!

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