OUVINDO DEUS

quarta-feira, 23 de março de 2011

Dead_By_Sunrise_by_RetroChick27

Já faz muito tempo que eu não escrevo um texto sobre a interferência de Deus na minha vida, tipo um chacoalhão que a gente leva de vez em quando, que significa: “Ei, olha em volta, tem mais no mundo: mais gente, mais problemas, mais… além de você e sua vida”. Pois é, talvez, porque Deus não estava me chacoalhando já fazia um tempão – ou estava, mas eu já tava tão sacudida que nem sentia!

Uma vez por mês, eu e minha mãe saímos juntas pra fazer compras, almoçar, conversar, passear pela cidade e, nessa vez em específico, ela fez uma listinha de afazeres. Uma dessas coisas era comprar panos de prato. Fomos em uma loja de artigos para cama/mesa/banho e compramos uns dez.

Saímos da loja, andamos, entramos em outras, compramos, carregamos sacolas e cansamos, resolvemos tomar uma água de coco. No caminho tinha uma senhora com algum problema de saúde que resultava em uma enorme bola no pescoço e, ela estava vendendo panos de prato, com uma criança e uma mulher grávida.

Enquanto a gente desviava dela para passar pela calçada ela disse:

“Compra um paninho de prato pra me ajudar a fazer um exame”.

Eu olhei pra cara da minha mãe e disse: “Se você tivesse visto ela, tinha comprado os dez”. daí pensei: quem compra dez, compra quinze, e emendei a frase: “Compra dela também mãe”.

Enquanto a mulher grávida mostrava as opções para minha mãe, eu puxei conversa com a senhora, e ela disse que estava juntando dinheiro para fazer exame e comprar uma cesta básica. Na hora eu me senti impedida de sair andando e ir embora, deixando com aquela senhora apenas um “obrigado”. Falei pra ela que na segunda eu traria uma cesta básica para ela, se ela estivesse no mesmo lugar.

Isso aconteceu às 11 horas da manhã de um sábado, e ela disse que seu pudesse trazer no mesmo dia, mesmo que fosse a noite, ela esperaria até eu voltar. Diante disso, era impossível eu fazer o básico, afinal cesta básica é BÁSICA!, qualquer pessoa pode dar, mais: ouvir uma mendiga doente, num sábado de compras, não seria nem imaginável, se não fosse vontade e chacoalhão de Deus.

Minha mão já tinha pago e tava me chamando pra ir embora e eu tinha prometido que segunda-feira voltava com a cesta.

Fui andando, no caminho pra casa e uma voz na minha cabeça dizia: “Isso não é tudo que você pode fazer e você sabe disso!”. Consciência ou não, aquela voz estava certa e, eu dei meia volta e entrei no supermercado. Saí pegando arroz, feijão, macarrão, enfim, tudo pra uma cesta básica, e coloquei no meio a minha vergonha diante do tempo que eu não senti o chacoalhão de Deus, minha compaixão por aquela mulher, minha fé de que aquela comida seria bem aproveitada e não trocada por drogas. Paguei e pedi uma caixa de papelão pra poder levar até onde ela estava.

Saí do supermercado com a cesta na mão e andei 2 quarteirões segurando mais de 20 quilos de comida. Deus, como estava pesado! Mas eu só queria chegar logo, não pelo alívio dos meus braços, mas pela vontade de ver a cara da senhora quando eu dissesse que era pra ela, e que Deus me mandou entregar. Eu tava tão ansiosa por isso, que já não sentia mais o peso. Quando eu me abaixei e deixei a caixa ao lado dela, ela ficou tão alegre que não parava de agradecer. Fez isso por uns 10 minutos, e eu pude ver que a cesta não era tão básica assim, e tenho certeza que ela concordou comigo.

Pra ela aquilo era comida, alimento fisco, sustento, paz por alguns dias. Pra mim, era obediência, alimento espiritual, missão cumprida, o primeiro passo pro caminho de volta.

Depois disso, dessa demonstração de “saudade” de Deus comigo, a única coisa que eu espero e vou tentar com toda força é estar mais participativa aos chacoalhões de Deus, e isso exige que eu pare, que eu gaste tempo em silencio e que escute o que Deus diz sem usar palavras.

g flores

Vineyard Café

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