A Igreja Perseguida em Comores

sexta-feira, 13 de maio de 2011


A Igreja

Há praticamente duas Igrejas no país: a Igreja Evangélica Internacional (na capital), e a Igreja clandestina, formada por convertidos comorenses que se reúnem nas casas.

A Igreja Evangélica Internacional foi fundada na década de 1970. Embora haja pessoas de outras nacionalidades que frequentem essa Igreja, ela foi e continua a ser frequentada majoritariamente por indivíduos e famílias malgaxes. Essa Igreja, tradicionalmente, é voltada apenas aos seus membros e não tenta evangelizar os comorenses. Isso se deve, primariamente, ao medo de ser expulsa da ilha, caso alguém apanhao compartilhando o cristianismo com os nativos. Entretanto, nos últimos dois anos, houve uma mudança significativa na perspectiva e atuação das áreas humanitárias e espirituais.

Já a Igreja clandestina começou quando o primeiro comorense entregou sua vida ao Senhor, no final da década de 1970. Embora o número de convertidos continue a ser pequeno, ele é crescente em quantidade e qualidade do compromisso. Grupos de comorenses convertidos continuam a se reunir com regularidade nas casas a fim de estudar a Bíblia. Assim como na maioria dos países muçulmanos fechados, a conversão vem acompanhada de dificuldades.



A perseguição


Os líderes cristãos africanos dizem que Comores é a região do mundo mais difícil para se evangelizar. O evangelismo é terminantemente proibido, e quem for pego evangelizando pode ser preso e multado. Os cristãos são discriminados em todos os setores da sociedade, mas não há restrições quanto à prática religiosa particular.

No início de 2008, autoridades expulsaram um missionário de Comores quando descobriram que ele realizava reuniões de oração às sextas-feiras.

"A polícia invadiu a reunião, revistou a casa e encontrou Bíblias que havíamos escondido, depois nos prenderam", disse uma fonte que não quis ser identificada. "Ficamos presos por três meses."

O estudante de direito Musa Kim, que se converteu há nove meses, tem sofrido nas mãos de seus parentes em Comores. Eles o agridem com bastões e socos e até queimaram suas roupas, disse ele.

Vizinhos gentis o resgataram e amigos cristãos alugaram uma casa para ele, em uma localização secreta, enquanto se recupera de seus ferimentos. Em 15 de outubro, entretanto, alguns muçulmanos da ilha descobriram seu esconderijo e destruíram completamente a casa alugada.

Questionado se ele relatou o caso para a polícia, Musa foi enfático: "Não - delatar essas pessoas só vai me trazer mais problemas".

Anteriormente, na ilha de Nawani, um grupo de 25 jovens cristãos, que tinha um real interesse em alcançar outros jovens, enfrentou problemas quando espiões relataram suas intenções. Um líder muçulmano egípcio que estava em visita à ilha aconselhou as autoridades locais a expulsar os jovens da aldeia ou isolá-los. A afirmação do egípcio provocou uma discussão na aldeia. Alguns achavam que os cristãos deveriam ser castigados fisicamente, enquanto outros sugeriram que eles fossem expulsos. Houve ainda quem quisesse confiscar o material que eles utilizavam, enquanto alguns achavam que nada deveria ser feito contra os jovens, que tinham também o apoio de alguns membros da aldeia.

Novos problemas surgiram em abril de 1999, quando se soube do batismo de Antoine, um rapaz de 29 anos. Algumas pessoas testemunharam o evento ao passar pelo local e comunicaram aos outros. A população da vila não sabia como reagir. Primeiro, pensaram em chamar o jovem para ser disciplinado na mesquita, mas depois concluíram que cristãos não poderiam ser envolvidos em assuntos muçulmanos. Então alguns membros da comunidade decidiram chamar secretamente a Embargo, uma milícia local.

Antoine foi preso em uma manhã de sábado por dois homens da Embargo, enquanto dois outros jovens, Jean e Thibault, eram retirados de uma escola. Os três foram levados para uma prisão provisória em Pomoni, onde foram agredidos com cassetetes e fios elétricos. Algumas pessoas da vila, incluindo o tio de Antoine, deram dinheiro para libertá-lo.

Em um primeiro momento, a milícia libertou Antoine e pediu que ele entregasse seus livros cristãos. Os homens o acompanharam até sua casa, mas ele não permitiu que entrassem em seu quarto. Ele escondeu seu exemplar de Quando Vem a Perseguição* e entregou seus outros livros e seu Novo Testamento. Jean e Thibault foram libertados mais tarde naquele mesmo dia para, em seguida, serem convocados a comparecer na delegacia de polícia local, onde foram ameaçados de espancamento caso não assinassem um termo renunciando à fé cristã.

* PIT, Jan. Quando Vem a Perseguição. Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 1982.



Motivos de oração


1. Os cristãos sofrem com a pobreza do país. Viagens, evangelismo e a abertura de novas congregações podem ser tarefas difíceis para a Igreja. Além disso, faltam recursos evangelísticos para a implantação de programas maiores. Ore para que a Igreja mundial ajude a Igreja comorense a obter os recursos necessários para a evangelização.

2. A Igreja desfruta de uma atmosfera de tolerância. Embora haja restrições sobre suas atividades, os cristãos geralmente gozam de relativa liberdade nas ilhas e casos de perseguição continuam sendo isolados. Ore para que a Igreja ganhe o respeito e o favor da população comorense.

3. A Igreja sofre com a impossibilidade de proclamar o evangelho livremente. Ore para que o governo abrande as restrições e permita tanto a organização de reuniões públicas como a celebração de feriados cristãos.

4. A nação tem sido afetada pelos conflitos políticos. Ore para que a Igreja seja capaz de promover um ministério de cura e reconciliação nas ilhas Comores.



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