Sexta Missionária 05

sexta-feira, 13 de maio de 2011




Olá galera, Kuma ku bu sta?

Hoje quero compartilhar com vocês um pouco sobre a Malária. Dizem que todo missionário que vem pra Africa precisa ser batizado com a malária. Eu particularmente não gosto disso, não acho que pra ser missionário precisa pegar doença. Infelizmente, fui batizada com a malária em Março, após voltar de um acampamento de crianças, depois de uma semana caí doente.

Começou numa quarta a noite, na quinta quase não levantei da cama. A tarde fui a um medico ele disse que estava com pressão baixa e desidratada. Voltei pra casa, tomei soro, na sexta acordei melhor, mas sempre depois do almoço eu ficava ruim. No sábado outro médico disse que poderia ser malaria ou febre tifóide. Ele passou alguns medicamentos e disse que na segunda eu deveria fazer o teste de malária. Voltei pra casa e sempre a tarde eu ficava mal. Na terça fui a uma clinica e a medica fez o exame e eu voltei pra casa, a tarde ela ligou e confirmou que era malaria e me mandou comprar o remédio pra o tratamento.

São 3 dias tomando uma bomba (o remédio é muito forte e causa muitos efeitos colaterais), terminei o tratamento na sexta e a noite passei muito mal. No sábado voltei correndo pra clinica, refiz o exame, a malaria tinha sido curada, mas o remédio ainda estava fazendo efeito. Fiquei em observação até a tarde, mas voltei pra casa bem melhor ainda a tarde. Depois daquele dia nunca mais senti mais nada.

Foram dias tensos demais. Por ser a primeira malária ela não veio tão forte, mas se eu pegar outra ela pode ser bem pior. Existem vários tipos e a pior é a cerebral que na maioria das vezes leva a morte. Aqui eles chamam malaria de Paludismo e um guineense quando pega parece que está com gripe, é muito normal e eles tem uma boa resistência. Mas nós, os brancos, a malária mais fraca que tem (como foi a minha) te deixa na cama por dias. É muito ruim!

A malária foi embora, mas me deixou lições importantíssimas.

A primeira coisa é que eu não posso desistir de primeira. Imagine minha cabeça diante de toda essa situação. Gente, no campo tudo fica muito sensível, o emocional abala muito fácil e a primeira coisa que fiz foi perguntar a Deus se realmente era pra eu estar aqui ou não. Eu estava acostumada a parar na primeira dificuldade. Fugir naquele momento era muito fácil, desistir também.

A segunda coisa foi que vi o quanto sou fraca. Eu me acho muito forte às vezes, o Senhor me mostrou que realmente quando nos sentimos forte aí é que somos fracos. Eu nunca esperava passar mal, mas foi... e Deus trabalhou no meu coração para que eu pudesse depender apenas Dele e não em eu mesma.

E a ultima coisa que aprendi é que um coração alegre é um bom remédio. Por mais que estivesse tomando remédios e o vírus malaria fosse embora de verdade (que é transmitido por mosquito, como a dengue) minha cabeça precisava entender isso, o psicológico é uma benção. Meu coração precisou se alegrar e confiar no Senhor. Não foi fácil, mas vencemos!

Pra glória de Deus depois daquelas semanas pude continuar o trabalho e o Senhor tem me ajudado e superado o trauma da malaria, em um lugar onde a melhor clinica aqui não chega perto das ditas inferiores no Brasil. Aqui a maioria das pessoas oram pra não ficar doentes, porque é estreito o negócio.

Mas enfim, Deus é bom, não conseguia entender o porquê dessa malária, logo quando cheguei, tinha apenas um mês em Bissau. Na verdade eu ainda não sei, mas sei que em todas as situações aqui o Senhor tem me ensinado muito, e isso é bom!

Saí da malária com menos 4 kg e a certeza de que não era à hora de desistir, mas de continuar, afinal, o que é uma malária comparada ao privilegio de servir ao Senhor?

Deus ku bo!

Rebeca Marinho

P.S.: Nesse dia estava doente, mas malária tem os picos (hora em que tudo piora), os meus eram as tardes, então a noite eu sempre estava melhor. essa foto foi pra mim como uma afirmação no meu coração que eu não iria desistir. Toda vez que olho pra ela me lembro da malária e daquele tempo e vejo que por mais difícil que seja o momento não é hora de parar. Só quando o Senhor falar, mas se até aqui ele não disse nada é porque é pra continuar caminhando, certa de que Ele está no controle e tudo tem um tempo certo.



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Eu, Gustavo, Pedi a Rebeca os dados da conta dela, pois creio que podemos abençoar a igreja de Buno 1 com ofertas missionárias. Oro pra que o seu coração sinta-se nesta obra e contribua.

Shalom sobre vocês!


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Rebeca Marinho Simões



Observação:

  1. Clicando nas fotos do post você poderá vê-las ampliadas.
  2. Leia o Sexta missionária 01 , Sexta missionária 02 Sexta missionária 03 e Sexta Missionária 04

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