A Morte que Gera Vida

segunda-feira, 8 de julho de 2013

  Jose morreu, e também todos os seus irmãos, e toda aquela geração. E os Israelitas se reproduziram e aumentaram muito, multiplicaram-se, tornaram-se muito fortes e encheram aquela terra. Exodo 1.6-7.

Refletir sobre a morte é sempre um grande desafio para os apaixonados pela vida. Os versículos em apreço nos apresentam a possibilidade de detectarmos e enxergarmos beleza poética na mortalidade humana. Segundo a narrativa, a história do admirável Jose chegara ao fim, de igual modo a dos seus irmãos, e por fim, fecha-se um ciclo vital de toda uma geração. Posteriormente, de forma estranha e paradoxal o texto bíblico sinaliza que os israelitas se reproduziram, aumentaram, multiplicaram-se, fortaleceram-se e povoaram a terra. Surge um questionamento. Será que foi preciso Jose, seus irmãos e toda uma geração morrer para que o povo israelita desfrutasse de copiosas bênçãos: Eu acredito que não. O texto sagrado está querendo nos ensinar que o novo de Deus brotará diante dos nossos olhos quando realidades passadas chegarem ao seu fim e cumprirem os seus propósitos. Há tempo para todas as coisas debaixo do céu. Ou seja, há um tempo estabelecido por Deus para que algumas coisas morram, a fim de que outras nasçam. Na Concepção divina, a morte possibilita e oportuniza o nascimento da vida. Podemos exemplificar lembrando que Jesus morreu para que nós vivêssemos. Em contrapartida, a concepção convencional advoga que a morte tem a capacidade de paralisar hostilmente a caminhada de qualquer pessoa, entretanto, na experiência vivencial do povo israelita, a morte tornou-se tão somente o fechamento de um ciclo existencial e o ponta pé inicial para a expansão e alargamento de todas as suas fronteiras.

Precisamos de uma vez por todas aceitar a idéia de que a nossa vida é constituída de vários ciclos temporais e existenciais. Se pensarmos sob esta perspectiva, compreenderemos que para cada momento de nossa história seremos contemplados pelo nascer e morrer, pelos começos e fins, pela abertura e fechamento de ciclos emocionais e espirituais. Esta é a dinâmica da vida. O poeta Fernando Pessoa afirmou que a existência humana é um eterno virar de página, e a vida continua. Então, que tal sepultarmos definitivamente tudo aquilo que ainda está sendo cultivado em nossa vida e que de alguma forma tem impedido que o novo de Deus nasça em nós. Se procedermos assim, nossa vida reproduzirá uma alegria inabalável, aumentará em amor fraterno, multiplicará a motivação, fortalecerá os nossos sonhos e encherá de esperança a vida dos que estão ao nosso redor.
Lembre-se. Quando qualquer tipo de morte alcançar a sua existência isto é um sinal de que algo novo está para surgir e que os verbos, reproduzir, aumentar, multiplicar, fortalecer e encher farão parte de sua gramática espiritual e existencial.

Pr. Oséias Santos

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