Voltando às fraldas

quarta-feira, 18 de setembro de 2013


Qual a sua reação quando, de repente, você já não consegue fazer o que sempre fazia? Um sensação de decepção tenta tomar conta da gente. Se não nos policiarmos, podemos acabar nos entregando, e deixando de fazer não só aquela coisa, como muitas outras.

Comigo aconteceu um pouco diferente. Na verdade, foi com minha filha. Ela está com 2 anos e 3 meses, e praticamente, já não estava mais usando fraldas. Pense numa mãe feliz! Feliz, porque seria um gasto a menos, no entanto, feliz de verdade porque era mais uma etapa que estava sendo superada.

Quem não é mãe/pai talvez não consiga compreender a felicidade que é quando o filho passa a comer comida pela primeira vez, ou aprende a engatinhar, a andar, a falar. Deus nos presenteia ao nos conceder uma criança para chamarmos de filho, para amarmos, e nos dá a grande responsabilidade de prepará-los para a vida. Assim, cada etapa é uma vitória.

Samara estava usando apenas o “vasinho” para fazer suas “necessidades”. Fralda, só pra dormir, e ela acordava sequinha. Quando estava na rua, pedia para ir no “vasinho”. Quando em casa, segurava até o período regular de sempre a levarmos ao banheiro. Mas, de repente, tudo mudou. Quando menos imaginávamos, o sofá estava encharcado, ela molhada. E, junto, em mim a sensação de tristeza. Esta etapa estava praticamente concluída. Por quê? Por que todo o progresso foi embora? Teria que recomeçar tudo de novo? Como pode ela não continuar fazendo o que aprendeu? Como reagir com ela? E eu pensei em Deus.

Pensei em, no nosso relacionamento com Deus, quantas vezes não voltamos a usar fraldas? Quantas vezes o Senhor não estava saltitante com o nosso progresso na leitura da palavra, na prática do cristianismo, na fé? E de repente, paramos. Pensei como o Senhor deve ficar triste. E lembrei que Ele nunca desiste de nós. E nós também clamamos: Senhor, me perdoa! Não desiste de mim!



Quando minha filha não consegue segurar a urina, ela olha para mim e diz: desculpa. Cheguei a pensar se deveria dar uma bronca, afinal ela sabe o lugar certo de fazer aquilo. Mas, minha reação foi diferente. Olhei para ela e não consegui disfarçar minha tristeza. Com voz calma, perguntei qual o lugar certo de fazer “xixi”, e ela respondeu “no vasinho”. Então perguntei porque ela não pediu, e ela, com voz baixa disse “desculpa”, e falei “Tudo bem. Está tudo bem.” E esse diálogo ocorreu mais vezes do que eu esperava.

Quantas vezes eu falhei com Deus? Infelizmente, muitas. Inúmeras vezes. Quantas vezes eu sabia o que era certo, e não consegui fazer? Depois de me sentir “molhada” pela vergonha do meu erro, eu não tinha nem coragem de olhar para Deus. E eu sentia Deus me dizendo com amor: você errou, mas está tudo bem. Não falhe mais.

Tenho fé de que em breve, minha filha, de fato, estará livre das fraldas. E espero também que possa amadurecer um pouco mais na minha caminhada cristã. Que as falhas cometidas sejam “arquivadas” e esquecidas, pois é tempo de novos desafios e aprendizados. Precisamos continuar crescendo, nos desenvolvendo.


Quantas vezes forem necessárias, incentivarei minha filha a ir ao banheiro, porque esse é o meu papel de mãe: acolher, acreditar, ser exemplo, ajudar e amar. E se eu, que sou pecadora, desejo tanto ver minha filha crescer, imagine o quanto Deus, que é o nosso PAI, o nosso Criador, Aquele que mais amou, não está disposto a segurar sua mão e dizer que nunca vai desistir de você?

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