Qual a sua reação quando, de
repente, você já não consegue fazer o que sempre fazia? Um sensação de decepção
tenta tomar conta da gente. Se não nos policiarmos, podemos acabar nos
entregando, e deixando de fazer não só aquela coisa, como muitas outras.
Comigo aconteceu um pouco
diferente. Na verdade, foi com minha filha. Ela está com 2 anos e 3 meses, e
praticamente, já não estava mais usando fraldas. Pense numa mãe feliz! Feliz,
porque seria um gasto a menos, no entanto, feliz de verdade porque era mais uma
etapa que estava sendo superada.
Quem não é mãe/pai talvez não
consiga compreender a felicidade que é quando o filho passa a comer comida pela
primeira vez, ou aprende a engatinhar, a andar, a falar. Deus nos presenteia ao
nos conceder uma criança para chamarmos de filho, para amarmos, e nos dá a
grande responsabilidade de prepará-los para a vida. Assim, cada etapa é uma
vitória.
Samara estava usando apenas o
“vasinho” para fazer suas “necessidades”. Fralda, só pra dormir, e ela acordava
sequinha. Quando estava na rua, pedia para ir no “vasinho”. Quando em casa,
segurava até o período regular de sempre a levarmos ao banheiro. Mas, de
repente, tudo mudou. Quando menos imaginávamos, o sofá estava encharcado, ela
molhada. E, junto, em mim a sensação de tristeza. Esta etapa estava
praticamente concluída. Por quê? Por que todo o progresso foi embora? Teria que
recomeçar tudo de novo? Como pode ela não continuar fazendo o que aprendeu?
Como reagir com ela? E eu pensei em Deus.
Pensei em, no nosso
relacionamento com Deus, quantas vezes não voltamos a usar fraldas? Quantas
vezes o Senhor não estava saltitante com o nosso progresso na leitura da
palavra, na prática do cristianismo, na fé? E de repente, paramos. Pensei como
o Senhor deve ficar triste. E lembrei que Ele nunca desiste de nós. E nós
também clamamos: Senhor, me perdoa! Não desiste de mim!
Quando minha filha não consegue
segurar a urina, ela olha para mim e diz: desculpa. Cheguei a pensar se deveria
dar uma bronca, afinal ela sabe o lugar certo de fazer aquilo. Mas, minha
reação foi diferente. Olhei para ela e não consegui disfarçar minha tristeza.
Com voz calma, perguntei qual o lugar certo de fazer “xixi”, e ela respondeu
“no vasinho”. Então perguntei porque ela não pediu, e ela, com voz baixa disse
“desculpa”, e falei “Tudo bem. Está tudo bem.” E esse diálogo ocorreu mais
vezes do que eu esperava.
Quantas vezes eu falhei com Deus?
Infelizmente, muitas. Inúmeras vezes. Quantas vezes eu sabia o que era certo, e
não consegui fazer? Depois de me sentir “molhada” pela vergonha do meu erro, eu
não tinha nem coragem de olhar para Deus. E eu sentia Deus me dizendo com amor:
você errou, mas está tudo bem. Não falhe mais.
Tenho fé de que em breve, minha
filha, de fato, estará livre das fraldas. E espero também que possa amadurecer
um pouco mais na minha caminhada cristã. Que as falhas cometidas sejam
“arquivadas” e esquecidas, pois é tempo de novos desafios e aprendizados.
Precisamos continuar crescendo, nos desenvolvendo.
Quantas vezes forem necessárias,
incentivarei minha filha a ir ao banheiro, porque esse é o meu papel de mãe:
acolher, acreditar, ser exemplo, ajudar e amar. E se eu, que sou pecadora,
desejo tanto ver minha filha crescer, imagine o quanto Deus, que é o nosso PAI,
o nosso Criador, Aquele que mais amou, não está disposto a segurar sua mão e
dizer que nunca vai desistir de você?
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