Boa Noite!
Hoje 23 de Setembro, inicia-se a primavera, estação das flores, das cores, do renovo. E que assim seja!
Mas, hoje eu vim compartilhar com vocês um poema que fiz 18 dias após a morte de meu amado pai, Silverio Viturino do Carmo.
Hoje mesmo em meio a muita correria e afazeres, lembrei-me das flores que joguei em seu tumulo...e lá não encontramos nenhuma beleza mais. No entanto não vim falar necessariamente de morte, mas do quanto o poder de Deus se aperfeiçoa em nossas fraquezas, do quanto hoje eu tenho aprendido a viver um dia de cada vez, retendo o que é bom, e me desafiado a pagar o bem pelo mal.
Hoje, ainda em meio a agitação, recebi a noticia que uma grande amiga, que já sofreá a dor de 6 abortos espontâneos, e que estava gravida de aproximadamente 6 meses, essa manhã passou por um parto pré-maturo, e nosso amado menino Pedro, apesar das circunstancias reage bem. (Permaneçamos em intercessão)
O mesmo Deus que sustentou e tem sustentado os pais do Pedro em meio a tantas perdas, dor e superações, é o que tem me sustentado, e se ainda em meio a dor, e as expectativas, sorrimos e continuamos com esperança a nossa caminhada é porque sabemos que "nada poderá nos separar do amor de Deus que esta em cristo Jesus, nosso Senhor." (Romanos 8:39) E nós sabemos que o nosso redentor vive!
Deixo-vos o meu Poema, e espero que as minhas palavras te ajudem a viver e não apenas a sobreviver.
MEMORIA
Foi um golpe
repentino,
é um
lastimável destino dos homens.
Fui treinada a
me curvar mais a nunca desabar.
Descobri o
caminho das letras, e fui amparada com incomparável destreza.
E os passos
continuam firmes, para que toda a estrutura mesmo abalada, prossiga.
Não estimulo
nem refreio as lagrimas, mas, afasto de mim toda murmuração;
Não detenho as
lembranças, mas, recuso a amargura.
No dia
dezesseis do mês de março no ano 1989 cheguei como um presente, e ao respirar,
não chorei... mas, em questão de minutos conheci a dor de um golpe repentino
que me fez chorar; por breve tempo.
Fui acolhida e
amamentada, e então descobrir o amor, e atrevo-me a dizer que ali este rebento
primogênito percebeu que o amor é maior que a dor.
Um ensinamento
na Infância me foi dado: “Honra teu Pai e a tua mãe...” tatuado foi este em meu
coração, e então me dediquei a ser de fato um
presente, ouvi
atentamente o ensino do meu Pai e não deixei a instrução da minha mãe.
A sua benção
foi-me dada todas as noites e o seu beijo em cada despedida eu recebi.
Orgulho-me das muitas vezes que o ouvi desabafar, e de como juntos conseguimos
superar traumas da sua infância, de como foi tão valioso e desafiador alcançar
ainda que timidamente as expressões do nosso profundo e verdadeiro amor.
E esta
andarilha e peregrina, é bondosamente confortada ao recordar dos momentos em
que pôde ver os olhos do seu Pai brilhando de orgulho pela sua primogênita.
Foi com este honroso homem que ela aprendeu que é melhor e muito mais
proveitoso que as honras e homenagens sejam feitas enquanto o homenageado
esteja em vida, para que este tenha e receba em seu coração as alegrias
devidas.
Fui ensinada a
mesmo diante da morte não morrer, mas a viver, pois o amor é muito maior que a
dor.
Continuarei a
seguir as suas instruções...
Forte abraço
Karina do Carmo
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